Deputado Nikolas Ferreira ultrapassa todos os limites e deve ser cassado ao cometer crime e desrespeitar as mulheres
São muitos os benefícios de vivermos em uma democracia, entre eles a liberdade de opinião e expressão, mas que igualmente deve ser acompanhada de limites e responsabilidades. Alguns Deputados federais anunciaram nesta 4ª feira (8.mar.2023) que pretendem entrar com pedido de cassação do mandato do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) no Conselho de Ética por discurso transfóbico do congressista na tribuna da Câmara dos Deputados.
Na ocasião, o deputado colocou uma peruca e disse que “se sentia uma mulher” no Dia Internacional da Mulher e que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”.
Uma nação majoritariamente cristã esqueceu de vez o ensinamento de Cristo: “amai-vos uns aos outros como vos amei”. Pois agora, não bastasse tudo isso, temos os Nikolas. Apesar de não ser o único, pele contrário, são milhões como ele e que arrastam seguidores hoje em dia como Bolsonaro (pai e filhos), Damares, Zambelli, entre outros. Ele ainda consegue assumir várias formas: um garoto idiota, uma idosa com camisa da CBF na porta de um quartel, um mentiroso espalhando fake news em culto evangélico ou até mesmo uma contrabandista de joias, com carinha de anjo em nome de Jesus.
O espetáculo grotesco de transfobia explícita protagonizado pelo deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira, em pleno Dia Internacional da Mulher, durante sessão oficial na Câmara dos Deputados, não guarda precedentes mínimos em toda a nossa triste história e trajetória política. O que este rapaz fez é o cúmulo de absurdos, de um despropósito, de um acinte, de uma crueldade, de uma falta de decoro, de um nível tão baixo, tão rasteiro, tão gratuito, que mesmo sabendo ser este o “modus operandi” de quem não tem qualquer conteúdo.
Nikolas não ofendeu apenas as pessoas trans, mas a Casa que deve ser de todos, que deve abrigar a todos, pois representante de… todos! Ao fazer chacota com a figura feminina, estereotipada sob uma peruca loura, desrespeitou as mulheres em sua data. Como alguém pode ser tão pobre de espírito assim, meu Deus?
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) disse que ela, ao lado da bancada do partido, apresentará um pedido de cassação do mandato de Nikolas Ferreira pelo crime de transfobia. “Estamos falando de um homem, no Dia Internacional das Mulheres, que tirou nosso tempo de fala para trazer uma fala preconceituosa, criminosa, absurda e nojenta. A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso, garantida pela imunidade parlamentar. Transfobia é crime no Brasil”, disse a deputada, ao chamar o deputado de “moleque”. A bancada do Psol informou que irá ingressar com uma notícia-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) para que o deputado seja responsabilizado pelo crime de transfobia. “Nenhuma transfobia terá palco. E nenhuma transfobia passará sem respostas políticas e jurídicas à altura. Transfobia é crime”, disse a deputada Erika Hilton (Psol-SP). Hilton e Duda Salabert (PDT-MG) são as primeiras deputadas federais transexuais a serem eleitas no país. Nas redes sociais, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a atitude do deputado Nikolas Ferreira.
“O plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje. A todas e todos que se sentiram ofendidas e ofendidos, minha solidariedade”, disse Lira.
Desde 2019, a transfobia é considerada crime no país. O Brasil é o que mais mata pessoas transexuais e travestis no mundo, pelo 14º ano consecutivo. A expectativa de vida de transexuais no país é de 35 anos, menos da metade da média geral (77 anos).
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