É bom ou é bomba? Críticos assistiram e avaliam o que esperar do filme da "Barbie"

 


    A internet literalmente parou na expectativa para o filme da Barbie, é impossível abrir qualquer página em qualquer rede social e não se deparar com algo rosa, até mesmo nas ruas. Com direção assinada por Greta Gerwig ("Lady Bird") e protagonistas como Margot Robbie, Ryan Gosling e America Ferreira, o longa-metragem entrou de cabeça no mundo cor-de-rosa da Mattel e conseguiu ir além do aspecto plástico da boneca. Está classificado para 12 anos e traz uma boa mescla entre o lar da Barbie — a "Barbielândia" — e o mundo real, complexo e distante do confortável "faz de conta".
    Encoberto pelo humor e sem medo de se jogar no "ridículo", a produção entra em uma temática mais complexa, bastante feminista, que se revela um tanto quanto surpreendente no final. Já reconhecida pelos filmes feministas, Gerwig tem neste longa-metragem talvez um de seus trabalhos mais desafiadores. Além de reviver o sentimento de nostalgia em gerações de mulheres, a diretora teve nas mãos a possibilidade de desenvolver a importância e o impacto da Barbie na vida das pessoas — seja como inspiração ou como padrão de beleza inalcançável.

    Crítica

Com 🍅 90% de aprovação no Rotten Tomatoes (117 reviews), Barbie tem uma nota média de 8.3/10

    Já reconhecida pelos filmes feministas, Gerwig tem neste longa-metragem talvez um de seus trabalhos mais desafiadores. Além de reviver o sentimento de nostalgia em gerações de mulheres, a diretora teve nas mãos a possibilidade de desenvolver a importância e o impacto da Barbie na vida das pessoas — seja como inspiração ou como padrão de beleza inalcançável.

“Ela aborda os pontos positivos e negativos da Barbie tão lindamente”, destacou Jamie. Perri Nemiroff, do Collider, é outro nome que se surpreendeu com tudo que o longa entrega. “Barbie não é o home run que eu esperava”, pontuou. “Mas ainda é um filme bem feito, ousado, com uma voz e visão MUITO fortes”, continuou a Youtuber.

Enquanto assistia o longa, a famosa se pegou pensando diversas vezes em: “COMO esse filme existe?”. Além disso, ela frisou que essa qualidade está presente na maioria dos filmes que conquistam a influenciadora. Mas Sharronda Williams, do Pay or Wait pensa diferente: “No geral, saí querendo um pouco mais do filme”, revelou a famosa.

O deboche é o grande aliado de Gerwig e Baumbach para tratar não apenas do sexismo mas também da questão “corporativa”. Não será estranho se você se pegar pensando “como a Mattel deixou esse filme ver a luz o dia?”, embora seja necessário reconhecer que, no fim, isso não deixa de ser um serviço à empresa, certamente beneficiada pela imagem que tal decisão passa. Rir de si mesmo, no fim das contas, parece ser um pré-requisito para estabelecer uma comunicação com uma geração jovem de consumidores que associa seus hábitos de consumo com um olhar crítico sobre o próprio consumismo.

Em muito ajuda, claro, que Margot Robbie e Ryan Gosling se entreguem aos seus papéis com atuações carregadas de autenticidade, para além da vocação do filme para a ironia e a autorreferência. Robbie confere doçura e sinceridade a sua “Barbie estereotipada”, retratando com sensibilidade seu despertar. Gosling, por sua vez, rouba a cena; seu Ken é simultaneamente responsável por alguns dos momentos mais dramáticos e mais hilários do filme – e, nestes últimos em particular, o ator retoma um timing cômico de tirar o chapéu, como havia mostrado em filmes como Dois Caras Legais (2016).

Dentre o numeroso elenco coadjuvante do filme, Simu Liu diverte com a rivalidade que seu Ken nutre pelo de Gosling; Kate McKinnon, oriunda do Saturday Night Live, traz para sua “Barbie esquisita” um humor mais seco que cai bem em contraste com a perfeição da Barbielândia; e cabe à Glória de America Ferrera, uma das poucas humanas da história, ser o centro emocional – ela, afinal, também tem suas próprias questões sobre seu lugar no mundo e sua relação com a filha adolescente.

Dar lastro a um filme que poderia se perder na paródia de si mesmo não depende apenas de um elenco bem escolhido: o mundo cor de rosa criado pela direção de arte se faz muito palpável, e tudo ali parece distribuído e posicionado com propósito – um bem-vindo contraste no meio da epidemia de efeitos visuais turvos e indistinguíveis entre si que assola outros blockbusters. Tudo na Barbielândia remete a brinquedos muito conhecidos da boneca: as casas sem paredes, os carros pink, as escovas desproporcionais, as caixas com roupas… É um conjunto que se presta ao fan service para quem se importa com isso, e ao mesmo tempo situa muito bem o universo artificial dessa fantasia que está, a cada instante e sem descanso, esboçando um olhar analítico sobre si mesmo.

E é nessa mistura do encanto nostálgico com a inventividade e o humor que o filme cativa. A Barbie, esse ícone tão cultuado quanto criticado, não é posta em um pedestal, tampouco achincalhada; ela ganha uma história deliciosa e esperta, que a atualiza e a humaniza e, principalmente, que diverte. Parece um bom ponto de partida.



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